Aristóteles, filósofo grego, escreveu este texto, "Revolução da Alma", no ano de 360 A.C. e é eterno.
Vamos a ele!
Ninguém é dono de sua felicidade, por isso: não entregue sua alegria, sua paz e sua vida nas mãos de ninguém, absolutamente ninguém! Somos livres, não pertencemos a ninguém e não podemos querer ser donos dos desejos, das vontades ou dos sonhos de quem quer que seja. A razão da sua vida é você mesmo. A sua paz interior é a sua meta de vida. Quando sentir um vazio na alma, quando acreditar que ainda está faltando algo, mesmo tendo tudo, remeta seu pensamento para os seus desejos mais íntimos e busque a divindade que existe em você. Pare de colocar sua felicidade cada dia mais distante de você. Não coloque objetivos longe demais de suas mãos, abrace os que estão ao seu alcance hoje. Se anda desesperado por problemas financeiros, amorosos ou de relacionamentos familiares, busque em seu interior a resposta para acalmar-se. Você é reflexo do que pensa diariamente. Sorrir significa aprovar, aceitar, felicitar. Então abra um sorriso para aprovar o mundo que quer oferecer a você o melhor. Com um sorriso no rosto as pessoas terão as melhores impressões de você, e você estará afirmando para você mesmo, que está "pronto" para ser feliz. Trabalhe, trabalhe muito a seu favor. Pare de esperar a felicidade sem esforços. Pare de exigir das pessoas aquilo que nem você conquistou ainda. Critique menos, trabalhe mais. E, não se esqueça nunca de agradecer. Agradeça tudo que está em sua vida neste momento, inclusive a dor. Nossa compreensão do universo ainda é muito pequena para julgar o que quer que seja na nossa vida. A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las. Se você anda repetindo muito: "eu preciso tanto de você" ou, "você é a razão da minha vida" – cuide-se. É lícito afirmar que são prósperos os povos cuja legislação se deve aos filósofos. A inteligência é a insolência educada. Nosso caráter é o resultado de nossa conduta. Egoísmo não é amor, mas sim, uma desvairada paixão por nós próprios. O homem sábio não busca o prazer, mas a libertação das preocupações e sofrimentos. Ser feliz é ser auto-suficiente. Seja senhor de sua vontade e escravo da sua consciência. Pense nisso! Seja feliz.
MI AO LUAR
A noite é sempre meu momento de encontro. Livros, músicas, imagens, meus pensamentos. Aqui seguem " achados" desses encontros ...
PESQUISANDO
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
sexta-feira, 9 de julho de 2010

Técnicas de respiração e meditação
Embora normalmente praticada por pessoas religiosas, a meditação pode ser um método eficaz para atenuar o estresse, independente de crenças individuais.
Busque estar num ambiente tranquilo e limpo. Sente-se de maneira confortável, permitindo que você consiga permanecer nessa posição cerca de dez minutos com o mínimo de movimentação e nenhuma interrupção. Mantenha os olhos abertos ou fechados, sendo notável que os olhos fechados facilitam a introspecção. A princípio reserve 10 minutos diários para a prática. Aumente o tempo gradativamente ao máximo de 30 minutos diários. Realize o exercício respiratório a seguir...
Se você prestar atenção, irá notar que na maior parte do tempo respiramos pelo tórax. Durante momentos de estresse, a respiração fica mais curta. Podemos relaxar e inspirar mais oxigênio, se respirarmos com o diafragma, músculo que fica abaixo das costelas e que divide o tórax do abdome. Quando respiramos assim, o tórax recebe mais sangue, o que é bom para outras funções cardíacas. Como outros músculos, o diafragma necessita de exercícios para se fortalecer. A Associação Americana de Estudantes de Medicina dá algumas sugestões de práticas de respiração pelo diafragma.
Posicione as mãos sobre o tórax e sobre o estômago.
Respire (inspire, "puxando" o ar) profunda e suavemente pelo nariz. Certifique-se de que a mão sobre seu estômago se eleva na respiração, mas a mão sobre o peito não.
Expire (solte o ar) lentamente e sinta os músculos abdominais se contrairem.
Repita esse procedimento seis vezes [fonte: AMSA (em inglês)].
Deixe agora a respiração natural, mas sempre suave e permaneça na posição. A princípio use um despertador. Mantenha a sua concentração na respiração, isso ocupa sua mente e afasta os pensamentos.
História do Perfume
Ao penetrarem pelas narinas, os aromas encontram o sistema límbico, responsável pela memória, sentimentos e emoções. A sábia Cleópatra seduziu Marco Antônio e Julio César usando um perfume à base de óleos extraídos das flores.
Nos tempos mais remotos, os homens invocavam os deuses por meio da fumaça. Eles queimavam ervas, que liberavam diversos aromas. Foi neste contexto que surgiu a palavra "perfume", em latim "per fumum", que significa "através da fumaça".
A história do perfume remonta há três mil anos e as lendas que envolvem sua criação vão mais longe ainda. Foi na Índia e na Arábia que surgiram os primeiros mestres da perfumaria. Ali já havia sido criada a água de colônia, obtida pela maceração de pétalas de rosas.
Os árabes não só compreendiam e apreciavam os prazeres dos perfumes, mas também tinham conhecimentos avançados de higiene e medicina. Eles produziram elixires partindo de plantas e animais com propósitos cosméticos e terapêuticos. Por volta do século X, Avicena descobriu a destilação dos óleos essenciais das rosas, e assim criou a Água de Rosas. Depois veio a Eau de Toilette, feito para a rainha da Hungria. No século XIX o perfume ganha novos usos, como o terapêutico, por exemplo.
O esplendor da perfumaria florescia com a renascença. Foi então, na Europa que o perfume desen volveu e se popularizou. Mesmo feito ainda de forma artesanal desempenhava sua forma social como parte dos luxos diários e necessários de toda mulher, encantando com suas doces fragrâncias e charmosos frascos, capazes de transformar os perfumes até os dias de hoje, em verdadeiros objetos de desejo.
Foi nessa época que Paris se tornou uma referência mundial em produção de fragrâncias e perfumes, e fez com que os perfumes franceses conquistassem o mundo. Hoje os perfumes se dividem em alguns tipos.
Tipos de pefumes mais comuns
- Eau de parfum: mais forte, tem, em sua composição, de 10% a 20% de concentração de essências e seu efeito de fixação chega a 12 horas. Bastam algumas gotas em lugares estratégicos como a nuca, atrás da orelha e atrás do joelho, para você ficar perfumado o dia todo;
- Eau de toilette: Com fragrâncias mais discretas são perfeitos para serem usados em climas tropicais com o goiano. Sua fixação não passa de oito horas, e mesmo assim, em dias mais quentes. Sua concentração de essência varia entre 6% e 12%;
- Eau de cologne: Excelentes para o nosso clima, também podem ser usados durante o dia. Seu poder de fixação não dura mais do que cinco horas e a concentração fica entre 5% e 8%;
- Deo colônia: O mais suave dos perfumes tem o mínimo de concentração de essência, chegando ao máximo de 10%, sendo sua fixação de duas a quatro horas, com algumas exceções que chegam a até 8h.
É comum o mesmo perfume apresentar cheiros diferentes quando aplicado em pessoas diferentes. Isso porque, os odores corporais são únicos, sendo resultado da alimentação, das características pessoais, dos lipídeos e ácidos graxos que a pele exala. A temperatura da pele interfere diretamente na vaporização do perfume, e portanto no cheiro que ele exala.
Hoje sabemos que o perfume é capaz de revelar a personalidade das pessoas, bem como sua classe social. De fato, o perfume é muito mais do que um prazer dos sentidos. É também uma mensagem, algo do próprio ser humano, projetando no exterior seu "eu" profundo, seus gostos, suas aspirações secretas.
Atualmente, a indústria se desenvolveu a tal ponto, que esse aroma é obtido sinteticamente. O perfume Chanel nº 5 deu início a um boom no uso dos aldeídos na fabricação de perfumes. Outro mérito da perfumaria foi reforçar a associação entre o uso do perfume e o jogo de sedução. A discussão ganhou fôlego na década de 50, quando a atriz Marilyn Monroe declarou que usava apenas uma gotinha de perfume para dormir. Mas a relação entre aroma agradável e apelo sensual vem de épocas remotas.
São necessários entre 6 a 18 meses para criar um perfume. É um período mágico em que as matérias primas se transformam em odor.
Em ordem cronológica e década após década, você pode acompanhar, como ocorreu a evolução da indústria de perfumaria e como e porque mudaram as preferências da humanidade com relação aos aromas.
Evolução da Perfumaria - O perfume através dos tempos!
1900 - A atriz Sarah Bernhardt representa as mulheres pálidas e românticas da época. Martirizadas pela moda vitoriana, buscavam alívio nos aromas refrescantes e suaves das colônias florais.
1910 - O estilista Paul Poiret foi o primeiro a colocar em sua maison uma linha própria de perfumes. A partir de então, a conexão entre moda e perfume jamais seria desfeita. No cinema, Theda Bara idealizava a mulher fatal.
1920 - Gabrielle Chanel seria responsável por uma revolução no mundo da perfumaria e da moda. Ela marcou a década com seu estilo único, apostando na sobriedade e no conforto, e com o lançamento do perfume Chanel nª 5.
1930 - Greta Garbo, Katharine Hepburn e Jean Harlow dominavam as telas de cinema. Contrariando os tempos de crise, o estilista Jean Patou lançou Joy, o perfume mais caro do mundo.
1940 - Paris era a capital do luxo e Nova Iorque ditava o contemporâneo. Hollywood virou a fábrica de sonhos. Os cabelos de Rita Hayworth inspiravam a moda e as curvas de Mae West motivaram a criação do perfume Femme de Rochas.
1950 - A sofisticação e a inocência de Audrey Hepburn foram traduzidas no perfume L'Interdit. Chanel nº5 ganharia a mais célebre das garotas-propaganda, que confessava dormir apenas com algumas gotas do perfume: Marilyn Monroe.
1960 - Os Beatles e os Rolling Stones embalavam o pop dos anos 60. Surgiam as minissaia e a modelo Twiggy, musa da extrema magreza. As grandes mudanças de comportamento eram marcadas por fragrâncias que evocavam a liberdade.
1970 - A quebra de toda a sorte de tabus era prenunciada na década na qual as mulheres clamavam por sua individualidade. A tendência oriental na perfumaria seria imortalizada com o lançamento de Opium.
1980 - Fragrâncias mais densas acopmanhavam o clima de competitividade sem limites. Madonna inspirava o corpo "construído" nas academias e Jean Paul Gaultier chocava nas passarelas com sua moda provocativa.
1990 - A década foi marcada pela globalização e pela interatividade e a perfumaria por dois ícones: o unissex CK One e o saboroso Angel. A moda voltava-se para o minimalismo.
2000 - Os perfumes do Novo Milênio parecem revelar os anseios da nova era com nomes sugestivos e personalidades distintas. Um universo que não tem fim.
FUTURO Não há limites para a imaginação dos criadores. As plantas, as águas e até mesmo o espaço podem ser fonte de inspiração para a perfumaria do futuro.
Fonte: www.sacks.com.br
Nos tempos mais remotos, os homens invocavam os deuses por meio da fumaça. Eles queimavam ervas, que liberavam diversos aromas. Foi neste contexto que surgiu a palavra "perfume", em latim "per fumum", que significa "através da fumaça".
A história do perfume remonta há três mil anos e as lendas que envolvem sua criação vão mais longe ainda. Foi na Índia e na Arábia que surgiram os primeiros mestres da perfumaria. Ali já havia sido criada a água de colônia, obtida pela maceração de pétalas de rosas.
Os árabes não só compreendiam e apreciavam os prazeres dos perfumes, mas também tinham conhecimentos avançados de higiene e medicina. Eles produziram elixires partindo de plantas e animais com propósitos cosméticos e terapêuticos. Por volta do século X, Avicena descobriu a destilação dos óleos essenciais das rosas, e assim criou a Água de Rosas. Depois veio a Eau de Toilette, feito para a rainha da Hungria. No século XIX o perfume ganha novos usos, como o terapêutico, por exemplo.
O esplendor da perfumaria florescia com a renascença. Foi então, na Europa que o perfume desen volveu e se popularizou. Mesmo feito ainda de forma artesanal desempenhava sua forma social como parte dos luxos diários e necessários de toda mulher, encantando com suas doces fragrâncias e charmosos frascos, capazes de transformar os perfumes até os dias de hoje, em verdadeiros objetos de desejo.
Foi nessa época que Paris se tornou uma referência mundial em produção de fragrâncias e perfumes, e fez com que os perfumes franceses conquistassem o mundo. Hoje os perfumes se dividem em alguns tipos.
Tipos de pefumes mais comuns
- Eau de parfum: mais forte, tem, em sua composição, de 10% a 20% de concentração de essências e seu efeito de fixação chega a 12 horas. Bastam algumas gotas em lugares estratégicos como a nuca, atrás da orelha e atrás do joelho, para você ficar perfumado o dia todo;
- Eau de toilette: Com fragrâncias mais discretas são perfeitos para serem usados em climas tropicais com o goiano. Sua fixação não passa de oito horas, e mesmo assim, em dias mais quentes. Sua concentração de essência varia entre 6% e 12%;
- Eau de cologne: Excelentes para o nosso clima, também podem ser usados durante o dia. Seu poder de fixação não dura mais do que cinco horas e a concentração fica entre 5% e 8%;
- Deo colônia: O mais suave dos perfumes tem o mínimo de concentração de essência, chegando ao máximo de 10%, sendo sua fixação de duas a quatro horas, com algumas exceções que chegam a até 8h.
É comum o mesmo perfume apresentar cheiros diferentes quando aplicado em pessoas diferentes. Isso porque, os odores corporais são únicos, sendo resultado da alimentação, das características pessoais, dos lipídeos e ácidos graxos que a pele exala. A temperatura da pele interfere diretamente na vaporização do perfume, e portanto no cheiro que ele exala.
Hoje sabemos que o perfume é capaz de revelar a personalidade das pessoas, bem como sua classe social. De fato, o perfume é muito mais do que um prazer dos sentidos. É também uma mensagem, algo do próprio ser humano, projetando no exterior seu "eu" profundo, seus gostos, suas aspirações secretas.
Atualmente, a indústria se desenvolveu a tal ponto, que esse aroma é obtido sinteticamente. O perfume Chanel nº 5 deu início a um boom no uso dos aldeídos na fabricação de perfumes. Outro mérito da perfumaria foi reforçar a associação entre o uso do perfume e o jogo de sedução. A discussão ganhou fôlego na década de 50, quando a atriz Marilyn Monroe declarou que usava apenas uma gotinha de perfume para dormir. Mas a relação entre aroma agradável e apelo sensual vem de épocas remotas.
São necessários entre 6 a 18 meses para criar um perfume. É um período mágico em que as matérias primas se transformam em odor.
Em ordem cronológica e década após década, você pode acompanhar, como ocorreu a evolução da indústria de perfumaria e como e porque mudaram as preferências da humanidade com relação aos aromas.
Evolução da Perfumaria - O perfume através dos tempos!
1900 - A atriz Sarah Bernhardt representa as mulheres pálidas e românticas da época. Martirizadas pela moda vitoriana, buscavam alívio nos aromas refrescantes e suaves das colônias florais.
1910 - O estilista Paul Poiret foi o primeiro a colocar em sua maison uma linha própria de perfumes. A partir de então, a conexão entre moda e perfume jamais seria desfeita. No cinema, Theda Bara idealizava a mulher fatal.
1920 - Gabrielle Chanel seria responsável por uma revolução no mundo da perfumaria e da moda. Ela marcou a década com seu estilo único, apostando na sobriedade e no conforto, e com o lançamento do perfume Chanel nª 5.
1930 - Greta Garbo, Katharine Hepburn e Jean Harlow dominavam as telas de cinema. Contrariando os tempos de crise, o estilista Jean Patou lançou Joy, o perfume mais caro do mundo.
1940 - Paris era a capital do luxo e Nova Iorque ditava o contemporâneo. Hollywood virou a fábrica de sonhos. Os cabelos de Rita Hayworth inspiravam a moda e as curvas de Mae West motivaram a criação do perfume Femme de Rochas.
1950 - A sofisticação e a inocência de Audrey Hepburn foram traduzidas no perfume L'Interdit. Chanel nº5 ganharia a mais célebre das garotas-propaganda, que confessava dormir apenas com algumas gotas do perfume: Marilyn Monroe.
1960 - Os Beatles e os Rolling Stones embalavam o pop dos anos 60. Surgiam as minissaia e a modelo Twiggy, musa da extrema magreza. As grandes mudanças de comportamento eram marcadas por fragrâncias que evocavam a liberdade.
1970 - A quebra de toda a sorte de tabus era prenunciada na década na qual as mulheres clamavam por sua individualidade. A tendência oriental na perfumaria seria imortalizada com o lançamento de Opium.
1980 - Fragrâncias mais densas acopmanhavam o clima de competitividade sem limites. Madonna inspirava o corpo "construído" nas academias e Jean Paul Gaultier chocava nas passarelas com sua moda provocativa.
1990 - A década foi marcada pela globalização e pela interatividade e a perfumaria por dois ícones: o unissex CK One e o saboroso Angel. A moda voltava-se para o minimalismo.
2000 - Os perfumes do Novo Milênio parecem revelar os anseios da nova era com nomes sugestivos e personalidades distintas. Um universo que não tem fim.
FUTURO Não há limites para a imaginação dos criadores. As plantas, as águas e até mesmo o espaço podem ser fonte de inspiração para a perfumaria do futuro.
Fonte: www.sacks.com.br
Caso Eliza Samudio: A vítima julgada pelo gênero
O artigo abaixo, escrito por Lígia Martins, para o Observatório da Imprensa, foi publicado antes das notícias divulgadas nesta quinta-feira (09) de que a jovem Eliza Samudio foi realmente assassinada, a mando do goleiro Bruno, do Flamengo. Mas continua atual por levar à reflexão sobre a violência contra as mulheres, o descaso com que muitas denúncias são tratadas e o papel da mídia nestes casos. Vale apena conferir o texto:
Eliza Samudio provavelmente vai fazer parte de uma estatística que coloca o Brasil acima do padrão internacional: o assassinato de mulheres (são dez por dia no nosso país) por motivos torpes. Elisa - por enquanto considerada desaparecida - é a ex-namorada (ou amante, como preferem alguns jornais e revistas) do goleiro Bruno, do Flamengo.
O estudo Mapa da Violência no Brasil 2010 mostra que as taxas de assassinatos femininos no Brasil são mais altas do que as da maioria dos países europeus, cujos índices não ultrapassam 0,5 casos por 100 mil habitantes, mas ficam abaixo das nações que lideram a lista, como África do Sul (25 mulheres em cada 100 mil).
No Brasil são 4,2 mulheres por 100 mil habitantes: “Quanto mais machista a cultura local, maior tende a ser a violência contra a mulher”, diz a psicóloga Licursi Prates em matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo (4/07/2010). Segundo o estudo, mulheres são mortas por questões domésticas: os assassinos são atuais ou antigos maridos, namorados ou companheiros. “Por serem ocorrências domésticas, às vezes a prevenção é mais difícil”, disse a delegada Elisabete Sato, chefe da divisão de Homicídios do DHPP, ao jornal.
O caso de Eliza Samudio poderia até não vir a ser parte das estatísticas de mulheres assassinadas, mas já figura entre os dados de agressão. Em outubro de 2009, ela foi entrevistada pelo jornal Extra, do Rio de Janeiro, depois de prestar queixa de agressão (por parte do goleiro Bruno). Na época, grávida de cinco meses, ela declarou ter sido drogada e espancada pelo goleiro, que teria feito ameaças de morte a ela - e suas amigas - caso fizesse denúncia de maus-tratos por parte dele (e seus amigos).
A notícia, então, não repercutiu. Afinal, tratava-se apenas de mais uma mulher agredida pelo companheiro. Nem o fato do agressor ser uma celebridade, tão ao gosto da mídia, causou repercussão maior.
Intimidação “de arma em punho”
A história de Eliza só virou manchete depois do seu desaparecimento e foi capa de Veja desta semana. Uma história sórdida, onde não há mocinhos. Ao falar da moça, a revista mostra Eliza como uma “maria chuteira” (mulheres que estão sempre atrás de jogadores de futebol) e termina, por meio da análise de um psicólogo, dizendo que ela sofria (ou sofre) de um distúrbio chamado transtorno de personalidade dependente.
Como explicou à Veja o psicólogo Antonio de Pádua Serafim, do Hospital das Clínicas de São Paulo, “a pessoa passa a ser dominada por pensamentos obsessivos pautados pela ameça de perda e tenta, a todo custo, reconquistar o objeto do desejo”. Dava a impressão de que era uma daquelas matérias em que a vítima era analisada, julgada e condenada. Como no tempo em que os homens matavam mulheres, alegavam legítima defesa da honra e saíam impunes do tribunal.
Mas, felizmente, a revista escapou dessa armadilha ao falar do goleiro Bruno. O goleiro, entrevistado pela revista, declarou ter conhecido Eliza numa orgia (”Tinha mulher, homem, amigas dela, jogadores, uma p…. Essas festas são comuns no nosso meio.”) e disse: “Rezo para que Eliza apareça. Quando isso acontecer, se eu for o pai, vou brigar pela guarda, porque abandonar uma criança é coisa que não se faz.” Concedido o direito de defesa, a revista fala do acesso de fúria do jogador quando Eliza ameaçou tornar púbica a gravidez e diz, no condicional, que ele “teria intimidado a ex-amante de arma em punho”.
Motivo torpe
Mas, de toda a matéria especial de Veja, talvez o melhor seja o box “Famosos acima da lei”. Logo no início, diz que “Bruno Fernandes é o terceiro jogador do rubro-negro a protagonizar um caso de polícia nos últimos meses”.
Todos, segundo a revista, “tratados com a complacência habitualmente reservada aos jogadores famosos pegos em flagrante desvio de conduta”. Depois de citar os casos envolvendo jogadores, a revista conclui: “Diante de tanta naturalidade perante comportamentos que beiram o banditismo, parece natural que alguns craques ajam como vêm agindo - como se estivessem acima da lei.”
Talvez essa complacência policial explique por que a delegacia encarregada do exame toxicológico feito em Eliza em outubro (para saber se ela tinha sido forçada a ingerir medicamento abortivo) só agora tenha sido divulgado.
Errou a polícia, mas errou também a imprensa, que não deu a menor importância à denúncia feita por Eliza quando ela dizia que tinha sido drogada pelo jogador que, segundo ela, se declarou capaz de matá-la e ficar impune “porque sou frio e calculista”. Se Veja tivesse se dado ao trabalho de assistir à entrevista da moça ao jornal Extra, ainda hoje disponível no YouTube, o tom de toda a matéria poderia ter sido outro.
Talvez a revista tivesse mostrado uma jovem assustada, e não apenas a moça promíscua que teve, como ponto alto de sua carreira, a participação em um filme pornô de título impublicável.
A revista também esqueceu de dizer que, seja qual for o comportamento, Eliza - ou qualquer outra pessoa - não poderia ser espancada ou morta por motivo torpe.
Caso Eliza Samudio: A vítima julgada pelo gênero
Publicado por Taiza Brito Qui, 08 de Julho de 2010 09:47
Eliza Samudio provavelmente vai fazer parte de uma estatística que coloca o Brasil acima do padrão internacional: o assassinato de mulheres (são dez por dia no nosso país) por motivos torpes. Elisa - por enquanto considerada desaparecida - é a ex-namorada (ou amante, como preferem alguns jornais e revistas) do goleiro Bruno, do Flamengo.
O estudo Mapa da Violência no Brasil 2010 mostra que as taxas de assassinatos femininos no Brasil são mais altas do que as da maioria dos países europeus, cujos índices não ultrapassam 0,5 casos por 100 mil habitantes, mas ficam abaixo das nações que lideram a lista, como África do Sul (25 mulheres em cada 100 mil).
No Brasil são 4,2 mulheres por 100 mil habitantes: “Quanto mais machista a cultura local, maior tende a ser a violência contra a mulher”, diz a psicóloga Licursi Prates em matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo (4/07/2010). Segundo o estudo, mulheres são mortas por questões domésticas: os assassinos são atuais ou antigos maridos, namorados ou companheiros. “Por serem ocorrências domésticas, às vezes a prevenção é mais difícil”, disse a delegada Elisabete Sato, chefe da divisão de Homicídios do DHPP, ao jornal.
O caso de Eliza Samudio poderia até não vir a ser parte das estatísticas de mulheres assassinadas, mas já figura entre os dados de agressão. Em outubro de 2009, ela foi entrevistada pelo jornal Extra, do Rio de Janeiro, depois de prestar queixa de agressão (por parte do goleiro Bruno). Na época, grávida de cinco meses, ela declarou ter sido drogada e espancada pelo goleiro, que teria feito ameaças de morte a ela - e suas amigas - caso fizesse denúncia de maus-tratos por parte dele (e seus amigos).
A notícia, então, não repercutiu. Afinal, tratava-se apenas de mais uma mulher agredida pelo companheiro. Nem o fato do agressor ser uma celebridade, tão ao gosto da mídia, causou repercussão maior.
Intimidação “de arma em punho”
A história de Eliza só virou manchete depois do seu desaparecimento e foi capa de Veja desta semana. Uma história sórdida, onde não há mocinhos. Ao falar da moça, a revista mostra Eliza como uma “maria chuteira” (mulheres que estão sempre atrás de jogadores de futebol) e termina, por meio da análise de um psicólogo, dizendo que ela sofria (ou sofre) de um distúrbio chamado transtorno de personalidade dependente.
Como explicou à Veja o psicólogo Antonio de Pádua Serafim, do Hospital das Clínicas de São Paulo, “a pessoa passa a ser dominada por pensamentos obsessivos pautados pela ameça de perda e tenta, a todo custo, reconquistar o objeto do desejo”. Dava a impressão de que era uma daquelas matérias em que a vítima era analisada, julgada e condenada. Como no tempo em que os homens matavam mulheres, alegavam legítima defesa da honra e saíam impunes do tribunal.
Mas, felizmente, a revista escapou dessa armadilha ao falar do goleiro Bruno. O goleiro, entrevistado pela revista, declarou ter conhecido Eliza numa orgia (”Tinha mulher, homem, amigas dela, jogadores, uma p…. Essas festas são comuns no nosso meio.”) e disse: “Rezo para que Eliza apareça. Quando isso acontecer, se eu for o pai, vou brigar pela guarda, porque abandonar uma criança é coisa que não se faz.” Concedido o direito de defesa, a revista fala do acesso de fúria do jogador quando Eliza ameaçou tornar púbica a gravidez e diz, no condicional, que ele “teria intimidado a ex-amante de arma em punho”.
Motivo torpe
Mas, de toda a matéria especial de Veja, talvez o melhor seja o box “Famosos acima da lei”. Logo no início, diz que “Bruno Fernandes é o terceiro jogador do rubro-negro a protagonizar um caso de polícia nos últimos meses”.
Todos, segundo a revista, “tratados com a complacência habitualmente reservada aos jogadores famosos pegos em flagrante desvio de conduta”. Depois de citar os casos envolvendo jogadores, a revista conclui: “Diante de tanta naturalidade perante comportamentos que beiram o banditismo, parece natural que alguns craques ajam como vêm agindo - como se estivessem acima da lei.”
Talvez essa complacência policial explique por que a delegacia encarregada do exame toxicológico feito em Eliza em outubro (para saber se ela tinha sido forçada a ingerir medicamento abortivo) só agora tenha sido divulgado.
Errou a polícia, mas errou também a imprensa, que não deu a menor importância à denúncia feita por Eliza quando ela dizia que tinha sido drogada pelo jogador que, segundo ela, se declarou capaz de matá-la e ficar impune “porque sou frio e calculista”. Se Veja tivesse se dado ao trabalho de assistir à entrevista da moça ao jornal Extra, ainda hoje disponível no YouTube, o tom de toda a matéria poderia ter sido outro.
Talvez a revista tivesse mostrado uma jovem assustada, e não apenas a moça promíscua que teve, como ponto alto de sua carreira, a participação em um filme pornô de título impublicável.
A revista também esqueceu de dizer que, seja qual for o comportamento, Eliza - ou qualquer outra pessoa - não poderia ser espancada ou morta por motivo torpe.
Caso Eliza Samudio: A vítima julgada pelo gênero
Publicado por Taiza Brito Qui, 08 de Julho de 2010 09:47
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